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O presidente Lula (PT) demitiu o ministro Juscelino Filho após o titular das Comunicações ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob suspeita de corrupção passiva e de outros crimes relacionados ao desvio de emendas.

Deputado federal licenciado, eleito pelo União Brasil do Maranhão, Juscelino divulgou a decisão no início da noite, em carta. Posteriormente, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) disse que o presidente pediu a ele que entregasse o cargo para “cuidar de sua defesa”.
“Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, escreveu o ministro.
Juscelino conversou mais cedo por telefone com Lula, que teria sinalizado que saída do governo seria o melhor caminho. O próprio presidente já havia afirmado no ano passado, quando o ministro foi indiciado pela Polícia Federal, que afastaria Juscelino caso ele fosse denunciado pela PGR.
O agora ex-ministro agradeceu Lula na carta e disse que teve o “apoio incondicional do presidente”. “A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer”, disse.
Esta é a sétima queda de um ministro no terceiro mandato do presidente Lula, a primeira por um caso de corrupção, embora tenha ocorrido por acusações anteriores ao trabalho dele no Executivo.
Ainda não há um sucessor claro para ele no ministério, mas o União Brasil quer manter o comando da pasta e rejeita a possibilidade de deslocamento do ministro do Turismo, Celso Sabino (União), para lá. O governo estuda entregar o Turismo ao PSD e deixar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o União, mas a sigla quer se apressar a indicar o sucessor de Juscelino para evitar isso.
Nesta terça-feira, o principal cotado para sucedê-lo é o líder da bancada na Câmara, o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA). Ele estaria trabalhando para assumir o cargo, mas a escolha é vista com ressalvas no partido porque isso deflagraria uma nova disputa pelo comando da sigla na Câmara.
Pedro Lucas e o presidente do União, Antonio Rueda, levaram mais de três meses para costurar o acordo que o levou à função, diante de divisões internas e de pressão da ala que quer fazer oposição ao governo.
O parlamentar de 46 anos está em seu seu segundo mandato e rivaliza com Juscelino em seu Estado, o Maranhão. Ele é do grupo do antigo PSL, que se fundiu com o DEM na criação do União Brasil, e da ala da sigla que defende a aliança com Lula. Integrantes da sigla dizem que o novo ministro sairá do grupo mais próximo de Rueda, mesmo que não seja Pedro Lucas.