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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta quarta-feira (16) que o medicamento Ozempic precisa de receita com retenção para ser comprado nas farmácias.

A nova regra também se aplica a outros remédios da mesma classe, como Wegovy e Mounjaro, utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. A medida visa conter o uso indiscriminado desses produtos, que têm sido adquiridos com facilidade sem prescrição médica, mesmo sendo classificados como tarja vermelha.
Com a mudança, os medicamentos à base de semaglutida — como o Ozempic — passam a seguir os mesmos critérios exigidos para antimicrobianos, como antibióticos.
Agora, o farmacêutico deverá reter a segunda via da receita médica, e não poderá aceitar prescrições fora do prazo de validade estipulado pela regulamentação. A decisão da Anvisa tem como base o aumento do uso fora das indicações da bula, especialmente para fins estéticos.
Segundo dados da agência, 32% dos eventos adversos relatados estão ligados ao uso indevido. A pancreatite foi citada em 5,9% dos casos brasileiros, mais que o dobro da média global de 2,4%, segundo a OMS.
A agência também destaca que esses medicamentos ainda têm perfil de segurança a longo prazo desconhecido, o que exige cautela em sua utilização.
Em dezembro, entidades como a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade) e sociedades médicas de diabetes e endocrinologia manifestaram apoio à retenção de receita.
As organizações defendem que o uso de medicamentos como o Ozempic seja feito com acompanhamento médico, evitando automedicação e favorecendo o acesso a quem realmente necessita do tratamento.
Apesar da pressão de parte da indústria farmacêutica para restringir a manipulação em farmácias, a Anvisa decidiu manter o segmento no mercado, mas informou que osdados das farmácias de manipulação serão acompanhados de perto.