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Uma mulher está sendo investigada por encomendar a morte do marido e depois registrar o desaparecimento dele, em Marialva, no norte do Paraná. Para a Polícia Civil (PC-PR), roupas dele que foram encontradas em uma cova rasa no último domingo (27) confirmaram a suspeita de um caso de homicídio seguido de ocultação de cadáver. O corpo dele ainda não foi encontrado.
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O registro do desaparecimento do agricultor Edmar Rodrigues foi feito no dia 3 de janeiro deste ano. No decorrer das investigações, a polícia suspeitou da esposa dele, Fatima da Silva, e de um casal de ex-caseiros da propriedade dele, Vagner Juliano Calixto Maria e Juliana Aparecida de Souza. Os três foram presos temporariamente em março e seguem presos até o momento.
As informações são do delegado responsável pelo caso, Aldair de Oliveira. Ele contou que um shorts e uma cueca, que eram usadas por Edmar quando ele desapareceu, foram encontradas em uma área de mata, após uma varredura da Polícia Cientifica.
O delegado informou que foram colhidas amostras das peças para serem analisados pelos peritos. No local também foram encontrados vestígios de corpo humano.
“Nós ainda não sabemos o destino que foi dado a esse corpo, mas agora nós temos a certeza material de que se trata de um homicídio seguido de ocultação de cadáver praticado pela ex-esposa, Fatima, junto com o ex-caseiro, Vagner”, explicou o delegado.
Segundo o delegado, durante o seu depoimento, Vagner chegou a confessar que matou Edmar a mando de Fatima. Ela também foi interrogada, mas preferiu permanecer em silêncio e optou por só se manifestar em juízo.
A motivação do crime ainda não foi esclarecida.
Diante das provas colhidas no decorrer das investigações, o delegado explicou que Vagner e Fatima serão indiciados por homicídio e ocultação de cadáver. O envolvimento de Juliana no caso ainda não foi esclarecido mas, conforme o delegado Oliveira, a participação dela ainda não foi descartada.
Fatima e Juliana estão na cadeia pública de Astorga, enquanto Vagner está na cadeia pública de Marialva.
Em nota ao G1, o advogado Sergio Mantovani, que atua na defesa de Vagner, disse que ainda não vai se manifestar sobre a situação dele, pois vai aguardar a conclusão do inquérito. Ele também trabalha na defesa de Juliana, e informou que a cliente “não apresenta qualquer envolvimento com os fatos investigados” e vai pedir a soltura dela.
“Para ambos, o compromisso da defesa é garantir que o devido processo legal seja cumprido, preservando os direitos fundamentais de todas as partes envolvidas. Reafirmamos a importância do respeito à presunção de inocência, ao amplo direito de defesa e ao contraditório, são princípios essenciais ao Estado Democrático de Direito”, disse Mantovani em nota.
O advogado Douglas Rocha, que representa a defesa de Fátima, disse ao g1 que contesta a narrativa “que tenta responsabilizar a Fatima sem provas”.
“Estamos apurando porque seu nome foi indevidamente mencionado por terceiro que supostamente teria confessado a prática do delito. Reforçamos que o princípio da presunção de inocência e o devido processo legal são princípios basilares no nosso ordenamento jurídico e que precisam ser respeitados. Vamos continuar lutando pela revogação da prisão, que representa uma grave injustiça e uma violação explícita aos direitos dessa senhora”, disse o advogado.