Portal Tarobá
Na manhã desta terça-feira (3), a Corregedoria da Polícia Militar do Paraná (PMPR), em apoio ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), cumpriu mandados judiciais contra policiais militares que atuam na região centro-sul do Estado. A operação, batizada de “Rota 66” — em referência à rodovia que liga os municípios de Guarapuava e Pitanga — foi deflagrada para desarticular o esquema.

O posto da Polícia Rodoviária Estadual em Guarapuava foi o ponto de partida das investigações. O promotor Pedro Papaiz, do Ministério Público, explicou que os policiais autuavam motoristas que cometiam infrações de trânsito e exigiam transferências via Pix para não aplicar multas.
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Pedro Papaiz afirmou que a investigação conseguiu contato com 20 condutores que teriam sido coagidos a pagar a propina.
O dinheiro não era depositado diretamente na conta dos policiais; o esquema funcionava por meio de uma conta de um “laranja”, que repassava os valores aos envolvidos. Segundo o promotor, os policiais são investigados por mais de 90 crimes, entre eles peculato e corrupção.
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Os mandados foram cumpridos em 11 municípios do Paraná, incluindo Guarapuava, Cascavel, Ponta Grossa, Prudentópolis, Pitanga e Pinhão. A mesma operação também investiga o envolvimento de policiais em saques de cargas tombadas. Conforme a investigação, alguns policiais aproveitavam o cargo para lucrar com esses saques.
O promotor Pedro Papaiz explicou que, em algumas situações, os policiais permitiam o saque da carga em troca de uma parte do valor da venda. Em outras, usavam seus próprios veículos para prestar serviços privados de segurança de cargas, recebendo remuneração indevida.
PROPINA nas estradas – A investigação:
A investigação, que durou cerca de dois anos, apontou o envolvimento de 11 policiais — sendo sete policiais rodoviários, dos quais seis atuavam em Guarapuava e um em Ponta Grossa; os demais quatro são de outros municípios, cobrando PROPINA de motoristas.
Durante a operação, oito policiais foram afastados das funções operacionais, com recolhimento das armas e dos fardamentos, para evitar riscos às testemunhas e interferências nas investigações, conforme informou o Ministério Público.
As diligências incluíram buscas em residências e locais de trabalho dos investigados, além do afastamento cautelar dos envolvidos. Procedimentos administrativos e criminais foram instaurados para apurar os fatos, garantindo aos investigados o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Em nota, a PMPR reafirmou seu compromisso com a legalidade, a moralidade e a transparência, destacando que atua com rigor na identificação e repressão de condutas incompatíveis com os valores da corporação.
Os investigados serão interrogados pelo Ministério Público, que, após essa etapa, deverá oferecer a denúncia criminal contra os envolvidos.