CBN Brasil
O CEO da Rock World – empresa que administra Rock in Rio, Lollapalooza e The Town -, Luis Justo, não conseguia esconder o sorriso assim que entrou na videochamada para falar com a reportagem da CBN. Ele mesmo admitiu a ansiedade faltando pouco para o início da edição deste ano do maior evento de música do Brasil.
‘É um friozinho na barriga bom, olhando os últimos detalhes. Está ficando, sem dúvidas, a edição mais bonita e emblemática’.
E há motivos para isso. O Rock in Rio 2024 celebra os 40 anos do festival e acontece entre os dias 13 e 22 de setembro. Não dava para ser uma edição normal. Desse jeito, várias novidades vieram. Desde o Dia Brasil, para celebrar a música nacional através dos gêneros; o tamanho dos palcos Mundo e Sunset iguais, com espaço maior para assistir às apresentações; e shows de luzes e a laser e, além de uma esquadrilha de fumaça no céu.
A primeira das ‘inovações’ citadas para este ano foi a que mais causou polêmica. Assim que foi anunciado, houve críticas nas redes sociais pelos shows intercalados dos artistas e pela presença do sertanejo no festival – algo inédito. O ‘Para Sempre Sertanejo’ será comandado por Chitãozinho e Xororó, com participações da Orquestra Heliópolis, Ana Castela, Júnior, Luan Santana e Simone Mendes.
‘Um festival que tem 40 anos precisa a todo momento se reinventar e representar o que é a cultura. Inicialmente foram criticas ao funk, hip hop, e agora eles estão presentes fortemente no festival. Com o sertanejo não vai ser diferente’, defende Luis Justo. ‘São artistas que conectam diversas gerações, do passado e do presente. O festival sempre foi diverso e representou o espírito do tempo e acho que está fazendo isso mais uma vez’.
Montagem do line-up
No line-up do Rock in Rio há nomes grandes, como Katy Perry, Deep Purple, Mariah Carey, Travis Scott, entre outros. Mas, segundo as especulações e expectativa do público, poderia ter tido ainda mais. Entre os nomes citados esteve o AC/DC, algo até mesmo relatado pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim, e Bon Jovi.
‘Sempre que se inicia o processo de curadoria do festival é uma mistura de um monte de coisa. Claro que pesquisamos o que faz sentido naquela edição e a disponibilidade dos artistas. Temos uma grande uma lista de desejos e o AC/DC fez parte dela, mas era necessário conciliar’, conta.
Justo, entretanto, defende quem está nesse ano. E cita até mesmo que Katy virá para uma apresentação bem especial, já que não está em turnê e vai lançar seu novo álbum no mesmo dia da apresentação no festival:
‘Vai ser um show quase exclusivo para o Brasil’.
Momento dos festivais no Brasil e no mundo
Festival Rock in Rio 2024 acontece entre 13 e 22 de setembro — Foto: Hermes de Paula/Agencia O Globo
Após um boom de festivais depois da pandemia, o Brasil e países ao redor do mundo tem visto uma onda de cancelamento desses eventos. O caso mais recente no país foi o Primavera Sound, que teve seu fim anunciado recentemente, em agosto. O I Wanna Be Tour, depois de uma primeira edição em diversos estados, estará apenas em dois em 2025.
Nos EUA, festivais como Firefly Music Festival e Riverbend Festival pararam por tempo indeterminado. Em Paris, o Desert Daze foi cancelado. O que está acontecendo?
Veículos internacionais citam o aumento nos custos, desde bandas até a parte logística. O CEO da Rock World diz que isso realmente aconteceu.
‘O aumento geral nos festivais e turnês acabaram dentro de uma dentro de uma euforia do momento de mercado subindo. Era natural que fosse estabilizar e gerar problemas’.
Rock in Rio 2024 acontecerá entre os dias 13 e 22 de setembro. — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
De acordo com Luis Justo, o momento agora é de ‘acomodação’ depois do boom nos últimos anos. E apenas quem está bem estruturado vai continuar:
‘Acho que os festivais mais consolidados, que conseguiram construir ao longo dos anos uma reputação, vão se manter. Mas ainda não acho que é um momento de crise’, finaliza.