CBN
A filha do médico José Roberto de Souza, cuja assinatura falsificada consta no laudo publicado por Pablo Marcal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL), entrou na Justiça de São Paulo contra o influenciador.
Carla Maria de Oliveira e Souza pede a inelegibilidade do candidato do PRTB após o episódio. A ação popular foi protocolada por Carla na tarde de sábado (5).
Na ação, a filha do médico alega que o influenciador cometeu o crime de falsidade ideológica e solicita que ele seja declarado inelegível. No sistema do Tribunal de Justiça a ação está com “tramitação prioritária”.
Tatuagem de uma das filhas do médico José Roberto de Souza mostra assinatura do pai — Foto: Reprodução/TV Globo
Em entrevista à colunista Malu Gaspar, ela contou que foi despertada de madrugada por um oficial de Justiça que queria conferir se a assinatura no atestado médico divulgado por Marçal era verdadeira.
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Como é portadora de uma doença rara e está acamada, não pôde atender o oficial. Mas contou que recebeu o documento por mensagem e atestou que a assinatura não é verdadeira no próprio sábado.
Laudo falso
Uma perícia da Polícia Civil de São Paulo confirmou que é falsa a assinatura e o laudo publicado por Marçal. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o Instituto de Criminalística (IC) finalizou o laudo pericial e concluiu que é falso o documento divulgado em rede social pelo candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal. O relatório da perícia foi encaminhado à autoridade policial, que instaurou um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos.
Apesar de o documento falsificado ter sido enviado sábado para análise, os peritos já identificaram no mesmo dia que a rubrica do médico José Roberto de Souza não apresenta as mesmas características de outros documentos oficiais dele. O hematologista faleceu em 2022.
O delegado William Wong, responsável pelo caso, explicou que Pablo Marçal pode ser responsabilizado criminalmente:
“O que nos interessa a priori é confirmar a veracidade dessa informação se o atestado é ou não falso. Esse atestado foi divulgado no podcast do candidato Pablo Marçal e, posteriormente, ele encaminhou esse atestado em todas as mídias sociais. Então, vai ser apurado, sim, a conduta. Caso venha a se verificar que o atestado é falso, ele será penalizado, será responsabilizado pela divulgação deste atestado e pela falsificação desse atestado”.
O delegado ainda destacou que a falsificação do documento é um dos delitos que podem ser imputados, mas informou que crimes contra honra, como calúnia, difamação e injúria, também podem ser requeridos por Guilherme Boulos, caso o laudo seja comprovadamente falso.