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Francisco Cuoco, um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, morreu aos 91 anos, nesta quinta-feira (19). O ator ficou conhecido pelos galãs e protagonistas de novelas como Pecado Capital, O Astro, Selva de Pedro e O Sétimo Sentido, entre dezenas de outros, e na última década fazia mais participações.
Cuoco deixa três filhos, Tatiana, Rodrigo e Diogo, e netos. A informação foi confirmada pela família do ator ao jornal Folha de S. Paulo.

Francisco Cuoco foi feirante e sonhava em ser advogado
Paulista, Cuoco era filho de um imigrante italiano, o feirante Leopoldo, e da dona de casa Antonieta. O casal, que tinha ainda uma menina, Grácia, era muito humilde, e o ator trabalhava com o pai na feira durante o dia. À noite estudava e tinha planos de se tornar advogado. O interesse pela interpretação veio ainda criança e via circos mambembes se instalarem no terro baldio em frente à casa da família, no bairro do Brás. Encantado pelo que via, o menino fazia pequenas encenações e sonhava com o mundo do cinema.
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Cuoco pensava em estudar Direito, mas optou por fazer a Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde ficou por quatro anos. Ele entrou para o Teatro Brasileiro de Comédia e no Teatro dos Sete, duas companhias importantes que foram fundamentais para o teatro brasileiro. No palco, ele fez Werneck, de O Beijo no Asfalto (1961), de Nelson Rodrigues. Premiado em 1964 como melhor ator coadjuvante na peça Boeing-boeing pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Cuoco entrou na televisão no Grande Teatro Tupi, onde peças de prestígio eram apresentadas ao público da extinta TV Tupi.
No cinema, que era seu sonho quando ainda era feirante, Cuoco atuou menos. Esteve em Grande Sertão (1968), Traição (1998) e Gêmeas (1999), e trabalhou com Renato Aragão em Um Anjo Trapalhão (2000) e Didi – O Caçador de Tesouros (2006). Em 2005 fez Cafundó ao lado de Lázaro Ramos e em 2015 encerrou os trabalho no teatro com Real Beleza (2015).
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Fase final: depressão e isolamento
Os sucessos de Cuoco na televisão foram muitos, em tramas como O Astro (1977), Feijão Maravilha (1979), Eu Prometo (1983), O Outro (1987), O Salvador da Pátria (1989). Os papéis de protagonismo foram diminuindo, mas o ator continuou ativo e esteve emCobras & Lagartos (2008), Passione (2010), O Astro (2011) e Sol Nascente (2016). Seus últimos trabalhos na TV foram participações, como em Salve-se quem Puder (2020) e No Corre (2023).
Na pandemia, Cuoco ficou recluso, e ainda em 2020 foi diagnosticado com depressão, um quadro comum a muitos idosos que se encontraram confinados por meses. Ao apresentador Pedro Bial contou que Tatiana, Rodrigo e Diogo o ajudaram a superar o momento. “Devagarinho, com ajuda dos filhos, eu fui me recuperando. Acho que hoje em dia estou bem melhor”, afirmou no Conversa com Bial, em 2021. Ali também contou que gostaria de volta às telas. “Acho que ainda tenho o vigor para isso”, disse ele, que em chorou ao chegar para gravar No Corre.
Um ano antes, Cuoco tinha enfremtado um processo de paternidade movido pelo modelo Anthony Junior, que alegava ser seu filho. Tanto ele como a mãe do rapaz negaram o fato e um exame de DNA deu negativo.