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A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Alcaçaria para desbaratar uma rede de operadores financeiros que lavam dinheiro para diferentes organizações criminosas em todo o Brasil, entre elas o Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo movimentou pelo menos R$ 1,2 bilhão nos últimos três anos.
Agentes foram às ruas para cumprir 62 ordens de busca e apreensão e prender 13 alvos – 10 preventivamente. A Justiça ainda determinou o sequestro de bens, imóveis e veículos dos investigados. As diligências foram realizadas em nove Estados. Em uma fazenda ligada a um dos líderes do bando, a PF também apreendeu grande quantidade de gado.
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A ofensiva tem quatro alvos iguais aos da Operação Privilege, que foi aberta simultaneamente pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul – também para investigar uma rede de lavagem de dinheiro do tráfico. Tal operação foi às ruas para cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão. A Justiça Federal do Rio Grande do Sul também bloqueou 82 contas ligadas a facções e quadrilhas atuantes no Estado, no valor de até R$ 70 milhões.
Criptomoedas
O inquérito da Operação Alcaçaria indica que a quadrilha fez depósitos em espécie, em agencias bancárias de todo o País, de pelo menos R$ 1,2 bilhão. Parte desse montante acabou convertida em criptomoedas e, posteriormente, enviada para o exterior. Fora do Brasil, os ativos eram convertidos em dólares para o pagamento de fornecedores de drogas e armas.
Também são alvo do inquérito empresas de fachada e exchanges usadas por doleiros para converter o dinheiro ilícito em criptomoedas. A ofensiva apura supostos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, evasão de divisas, operação de instituição financeira ilegal e uso de documento falso.
A PF conseguiu identificar que o dinheiro foi usado, por exemplo, para a compra de uma casa de luxo em Itapema (SC) e para pagamento de cirurgias de estrangeiros em hospitais de alto custo em São Paulo.
Privilege
A ofensiva da Polícia Federal no Rio Grande do Sul foi aberta após o recebimento de informações sobre um grupo que recolhia dinheiro em espécie de facções criminosas atuantes no Vale dos Sinos e na fronteira oeste do Estado, com o objetivo de lavar o dinheiro do crime. Segundo os investigadores, tal braço da quadrilha realizou depósitos de mais de R$ 770 milhões em todo o País na intenção de lavar o dinheiro ilícito.
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“No Vale dos Sinos, integrantes de uma facção criminosa local utilizavam essa estrutura para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, com coletas semanais de valores que eram posteriormente depositados e ofertados como ativos de origem aparentemente lícita. Somente no Rio Grande do Sul, foram identificados mais de R$ 73 milhões em movimentações dessa natureza”, informou a corporação.