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A Polícia Civil do Paraná demitiu o delegado Erik Busetti, condenado por matar a esposa e a enteada, em Curitiba. Mesmo com a condenação pelo duplo assassinato, o salário do delegado havia sido mantido. Estima-se que Erik Busetti tenha recebido cerca de R$ 1,3 milhão desde que foi preso.
A demissão ocorreu de forma unânime, pelo Conselho Superior da corporação. O ex-delegado matou a esposa, a escrivã de polícia Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e a filha dela, Ana Carolina de Souza, de 16, em março de 2020, após uma discussão.
Em julho desse ano, o delegado foi condenado a 38 anos, 10 meses e 18 dias de prisão pelo crime que chocou o Paraná.
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Segundo a Polícia Civil o argumento do relator do caso, para demissão, foi acolhido pelos sete conselheiros. Após este julgamento, a decisão será encaminhada ao governador Ratinho Junior (PSD), que poderá efetivar ou não a demissão.
Em nota, o escritório de advocacia que representa Erik diz que pretende tomar “as medidas legais adequadas” para que o cargo seja restabelecido, já que “os fatos em julgamento jamais tiveram qualquer relação com a atividade de delegado de polícia”.
Relembre o caso
O caso aconteceu na noite do dia 5 de março de 2020, em um condomínio no bairro Atuba, em Curitiba. Na época, a Polícia Civil afirmou que a briga que culminou na morte de Maritza e Ana Carolina foi resultado de três horas de discussões.
Minutos antes do assassinato, a escrivã fez as malas para ir embora da residência. “A Maritza, quando estava chegando na porta, ouviu os barulhos da discussão entre Erick e Ana, e retornou. Ela foi de encontro com a filha e naquele momento as imagens ficam num ponto cego, mas é possível ouvir os disparos e as duas caindo abraçadas em questão de dois a três segundos”, detalhou a delegada Camila Cecconello, responsável pela investigação.
A filha do casal, de 9 anos, estava dormindo no quarto no momento que o crime aconteceu e ouviu os disparos. Em seguida, o delegado Erick Busetti levou ela para uma vizinha e ligou para a Polícia Militar.
Durante as investigações, a polícia constatou que o casal estava em processo de separação há cerca de um ano. No dia do crime, Maritza enviou uma mensagem de texto para uma advogada de família, decidida a se divorciar, “pois a situação estaria insustentável”.