
Em meio aos gritos do público e flashes das câmeras fotográficas, o sambista Zeca Pagodinho subiu ao palco da casa de shows Vibra São Paulo na noite desta sexta-feira (15), quando encerrou a turnê “Mais Feliz”. A série de apresentações, que percorre cidades do Brasil e do exterior, chegou à capital paulista levando ao público um repertório repleto de canções emblemáticas.
O show é uma forma de celebrar os 40 anos de carreira de Zeca e revisitar a sua discografia, uma das mais cultuadas e bem-sucedidas da música brasileira. O cantor abriu o show com “Verdade”, que pôs todos para sambar. No meio da apresentação, Pagodinho pegou um copo de cerveja e ergueu em direção ao público, a deixa para que gritos de euforia e aprovação tomassem conta da casa.
Conhecido por sua boêmia e informalidade, o sambista caiu nas graças dos jovens da geração Z por ser visto com frequência segurando um copo de cerveja na mão. As imagens circularam as redes sociais, inspirando até mesmo tatuagens e estampas de camisa.
O calor que fazia na capital paulista obrigou o cantor a abrir alguns botões de sua camisa e arregaçar as mangas. Quando cantava a música “Seu Balancê”, ele pediu para a organização aumentar o ar-condicionado. “Tem senhora se abanando aqui”, disse.
A bem da verdade é que o calor era provocado também pelo estado de euforia do público, que não ficava parado. Os fãs batiam palmas, erguiam as mãos e sambavam ao ritmo de músicas como “Quando a Gira Girou”, “Maneiras” e “Samba pras Moças”.
Sobre o palco, Zeca exalava o mesmo carisma que o transformou em um queridinho da internet. Enquanto cantava “Saudade Louca”, “Não Sou Mais Disso” e “Lama das Ruas”, ele acenava e interagia com o público. No fundo do palco, havia um mural mostrando um morro carioca. É uma referência à cultura popular, tão presente na trajetória do cantor, que se considera parte do “povão “
Enquanto isso, o público se reunia em volta de mesas sobre as quais havia petiscos e cervejas, elementos que aumentavam a sensação de se estar em um barzinho de Xerém, bairro da Baixada Fluminense onde o sambista tem um sítio.
Zeca despontou no cenário musical no começo da década de 1980, quando lançou a música “Camarão que Dorme a Onda Leva”, ao lado de Beth Carvalho, a quem chamava de madrinha, por ter recebido seu apoio quando estava no começo da carreira. A faixa, como não podia deixar de ser, foi um dos destaques do show.
E a celebração de seu legado não para por aí. Está em produção um filme biográfico sobre o sambista, ainda sem previsão de lançamento, que deve narrar sua infância nos subúrbios do Rio e o caminho até se firmar como um dos principais nomes do samba, com 12 milhões de discos vendidos. A direção é de Mauro Lima, diretor de outros filmes biográficos, como o de Tim Maia e o do maestro João Carlos Martins.